Pesquisar no Blog do J.A.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A soberania e a autoridade de Deus (lições bíblicas Jeremias)

A VISITA À CASA DO OLEIRO

OLARIA. (18.3a) O campo de barro onde os oleiros exerciam sua arte, ficava no sul de Jerusalém, além do vale de hinom (v.2; Zc 11.13 Mt 27.10).

(18.3b) Duas rodas eram usadas ou duas pedras a superior e inferior, os oleiros usavam enquanto faziam à cerâmica. A debaixo era movimentada com os pés, feita em forma de disco para fazer girar a de cima, para o molde do barro com os dedos do oleiro.

(18.4a) quando um vaso quebrava, não ia para o lixo, mas sim amassado e voltava à roda, iniciando a obra novamente, até tomar a forma que o oleiro tinha em mente. È isso que Deus declara ter poder para fazer com Israel.

(18.6a) Na profecia anterior, foi oferecida Jerusalém para sempre, a oportunidade de evitar o juízo e a longa linhagem de reis. Estas possibilidades eram possíveis desde que houvesse uma restauração sobre as ordens de Josias. Mas Jeoaquim arruinou tudo cometendo todo tipo de pecado.

A profecia ainda oferecia misericórdia se aceita com os termos de Jeová para moldar a nação. Israel rejeitou as condições imposta por Deus mediante Jeremias, e preferiram andar segundo seu coração (v12). Em seguida a profecia da botija quebrada, dava a entender o juízo e a destruição da nação. A lição do barro das mãos do oleiro fez Jeremias entender, que nem tudo estava acabado para a nação, e apesar da desobediência, seriam quebrados e restaurados.

(18.6b) Casa de Israel, neste caso seria Judá, as dez tribos tinham sido destruídas havia mais de 100 anos e não eram mais uma nação. Alguns estavam em Judá e ajudavam a formar o único reino de Israel.

A SOBERANIA DE DEUS

Existem diversas acepções teológicas e filosóficas a respeito do conceito de soberania. Na teologia filosófica, Deus é soberano porque existe antes de todas as coisas, conhece todas as coisas e pode todas as coisas, e está também no controle de todas as coisas. Na Bíblia, o conceito de soberania divina está bastante associado àquele de um rei celestial, cujas abas das vestes enchem o tempo (Is. 6). No Salmo 48.2 o Senhor é chamado de “grande Rei, cujo reino é eterno porque “reina soberanamente para sempre” (Sl. 29.9).

A Bíblia, a Palavra de Deus, nos ensina que Deus governa sobre tudo e sobre todos (I Cr. 29.11,12). Ele não apenas governa sobre todas as coisas, também está no controle delas (Jó. 42.2; Sl. 115.3; 135.6; Dn. 4.35). A explicitação da soberania de Deus na Confissão de fé de Westminster sumariza esse pensamento afirmando que, “desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece”. Esse conceito, no entanto, tem sido levado a extremos e dado margem à uma visão equivocada da predestinação bíblica. Alguns estudiosos, em certos momentos, exageram na concepção de soberania, em outros, na liberdade do ser humano.

Quando se fala em chamada para a salvação, a primeira palavra que nos vem à mente é ‘predestinação’, que, de fato, se encontra na Bíblia, com destaque especial para o texto de Ef. 1.5-11, onde está escrito que “E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo…”. No grego, a palavra é proordzo e aparece seis vezes no Novo Testamento com o sentido de predestinar o qual significa, literalmente, “assinalar de antemão por conhecimento prévio”. Ao longo da história, muitas teólogos se debateram a respeito dessa doutrina. Destacamos, a seguir, algumas perspectivas em relação a essa doutrina:

1) Predestinação Incondicional – delineada por Calvino, a partir de Agostinho, que a definia como “o decreto divino com referência aos seres morais – os anjos e homens”.

A Confissão de Fé de Westminster a apresenta nos seguintes termos: “Pelo decreto de Deus e para manifestação da sua glória, alguns anjos e homens – são predestinados para a vida eterna, e outros preordenados para a morte eterna”;

2) Predestinação Restrita – desenvolvida por Jacob Arminius, que, na verda

de, era um seguidor de Calvino, que se distinguia do seu mestre ao defender que em relação à predestinação ou eleição, trata-se de algo mais ocasionado por parte do livre-arbítrio humano, do que ocasionada pela soberana vontade de Deus, diferenciando-se, assim, da incondicional que ensinava que a salvação humana depende de uma “eleição absoluta e soberana” exclusiva de Deus;

3) Predestinação Condicional – sob a influência arminiana, John Wesley defendia que a “predestinação é Deus designando de antemão para a salvação os crentes obedientes, não sem conhecer antecipadamente todas as obras deles, mas ‘segundo sua presciência’ dessas obras, ‘desde a fundação do mundo’

A palavra “predestinação” se encontra na Bíblia, mas não no sentido que alguns teólogos costumam atribuir. Proodzo, conforme apontamos anteriormente, significa, em grego, “conhecer de antemão” (Rm. 8.29; 11.2; I Pe. 1.20; II Pe. 3.17), muito mais do que “destinar com antecipação”, como se encontra na maioria dos dicionários.

A predestinação para a salvação, nesse contexto, é coletiva e está baseada na presciência divina (Ef. 1.5,11). O propósito de Deus, nesse ato, e no contexto do capítulo 9 de Romanos, não é negativo, mas positivo, diferentemente do que defendem os predestinacionistas incondicionais (Rm. 9.18). Segundo esse princípio, o da predestinação coletiva, vemos que Deus, em Cristo, escolheu a igreja (Ef. 1.11-13).

Deus deseja que todos os seres humanos sejam salvos (I Tm. 2.4-6; TT. 2.11; Hb. 2.9), por isso, todas as pessoas, de algum modo têm alguma iluminação da parte de Cristo para a compreensão da revelação (Jo. 1.9; 12.32). As passagens anteriormente citadas mostram que a expiação no sangue de Cristo tem aplicação universal, pois Ele morreu por todos (II Co. 5.15), portanto, todos quantos o receberem, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus (Jo. 1.11,12).

O CRENTE E A VONTADE DE DEUS

O profeta Jeremias recebe a missão de se dirigir à casa do oleiro, onde compreendeu u pensamento de Deus sobre transformação. As tarefas do oleiro moldando o vaso foram associadas por Jeremias ao trabalho de Deus na vida humana. O profeta assistiu com muita atenção o trabalho do oleiro. Percebeu que o oleiro não conseguiu fazer uma peça de cerâmica na primeira tentativa, fracasso que pode ter ocorrido diversas vezes. Isso foi falta de cuidado ou habilidade do oleiro? Fosse qual fosse a deficiência, o oleiro perseverou, transformando o barro noutra vasilha.

Semelhantemente o Senhor trabalha em nossa vida, e não encontra nenhuma resistência a não ser humana. Assim domina o material aperfeiçoando ao propósito do seu Espírito, transformando a massa num vaso humilde ou generoso. Se a vontade humana não reage de acordo com sua vontade, trona a ser moldado. Este ensino mostra um quadro vívido da soberania divina, sem negar a liberdade humana, conforme a filosofia raciocinada. Jeremias discerne a inferência ética e espiritual.

“Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? Diz o SENHOR; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel” (Jr 18.6). O profeta entende a ação de Deus na vida de Israel. Se uma nação procede mal, é inevitável que Jeová se arrependa do bem que lhe prometeu em seu benefício.

A mensagem é clara. O exílio, eis que o novo molde em que a nação teria de ser reformada.

“Ora, pois, fala agora aos homens de Judá e aos moradores de Jerusalém, dizendo: Assim diz o SENHOR: Eis que estou forjando mal e formo um plano contra vós outros; convertei-vos, pois, agora, cada um do seu mau proceder e emendai os vossos caminhos e as vossas ações” (Jr 18.11).

O primeiro termo desta passagem chama a atenção para o processo inicial, e o outro para o processo mais contínuo. A moldagem imposta pela vontade do Senhor é impregnada de graça desde que o espírito nacional deixe de ser rebelde e corresponda e obedeça ao que Deus dele pretenda. Instruído pelo Senhor, Jeremias avisa Judá e Jerusalém sobre a maldade que representa o espírito de teimosia. O pecado do povo é grave e trágico, até os elementos da natureza podem ser citados como seus juízes.

Bibliografia

Bíblia Dake

Bíblia de Estudo Almeida

Novo Comentário da Bíblia (Vida Nova)

Ev. Geziel Silva Costa
visite

Nenhum comentário:

Postar um comentário