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sábado, 24 de setembro de 2011

Diversos



ENTRISTECIDOS MAS ALEGRES
Pr. Elinaldo Renovato de Lima

A Tristeza era bela, mas sua beleza era com o a beleza do luar, quando passa através dos ramos das árvores na mata e forma pequenas poças de prata pelo chão.

Quando a Tristeza cantava, suas notas soavam como o doce e suave gorjeio do rouxinol, e em seus olhos havia aquele ar de quem cessou de esperar pela vinda da alegria.

Ela sabia, compadecidamente, chorar; mas alegrar-se com os que se alegram era-lhe desconhecido.

A Alegria era linda também, e a sua beleza era como a beleza radiante de uma manhã de verão.

Seus olhos ainda traziam o riso alegre da meninice, e em seus cabelos pousava o brilho do sol.

Quando a Alegria cantava, sua voz se lançava aos ares como a da cotovia, e seus passos eram como os passos do vencedor que jamais conheceu derrota.

Ela podia alegrar-se com os que se alegram, mas chorar com os que choram era-lhes desconhecido.

'Nós nunca podemos estar unidas", disse a Tristeza pensativa.

"Não, nunca". E os olhos da Alegria ficaram sérios, quando respondeu. "O meu caminho atravessa campos ensolarados; as roseiras mais lindas florescem quando eu passo, para que as colha, e os melros e tordos esperam minha passagem, para derramar seus mais alegres trinados".

"O meu caminho,", disse a Tristeza, afastando-se vagarosamente, "atravessa a mata sombria; minhas mãos só podem encher-se das flores noturnas.

Contudo, toda a beleza e valor que a noite encerra me pertencem" Adeus, Alegria, adeus".

Quando ela acabou de falar, ambas tiveram consciência de uma presença próxima; indistinta, mas com um aspecto de realeza.
E uma atmosfera de reverência e santidade as fez ajoelharem-se perante ele.

"Eu O vejo como o Rei da Alegria", murmurou a Tristeza, "pois sobre a Sua cabeça estão muitas coroas, e as marcas das Suas mãos e pés são sinais de uma grande vitória.

Diante dEle toda a minha tristeza está-se transformando em amor e alegria imortais, e eu me dou a Ele para sempre".

"Não, Tristeza", sussurrou a Alegria, "eu O vejo como o Rei da dor; sua coroa é de espinhos, e as marcas das Suas mãos e pés são marcas de uma grande agonia.

Eu também me dou a Ele para sempre, pois a tristeza com Ele deve ser muito mais doce do que qualquer alegria que eu conheço".

"Então, nele, nós somos uma, exclamaram e com júbilo; "pois somente Ele poderia unir Alegria e Tristeza".

De mãos dadas, saíram elas para o mundo, para segui-lO na tempestade e na bonança, na desolação do inverno e na alegria do verão, "entristecidos , mas sempre alegres".

(Extraído de Mananciais no Deserto.)



Pb Donizeti (Um servo do Senhor Jesus a serviço do reino de Deus)



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