Pesquisar no Blog do J.A.

sábado, 26 de novembro de 2016

"Nicodemos foi salvo?"

"E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus."
Jo 3.1

"Nicodemos" significa vitorioso sobre o povo; é o nome de um fariseu membro do Sinédrio, e príncipe dos judeus, que visitou Jesus, à noite (talvez por lhe ser mais conveniente), por ocasião da Páscoa, quando também o Nazareno se encontrava em Jerusalém. Registramos o advérbio talvez no período anterior, pelo fato de que se encontravam na capital da Palestina judeus de todo o mundo, e o Filho de Deus aproveitara o ensejo para falar-lhes da vida eterna; não tendo o tempo necessário para dialogar com o componente do Sinédrio durante o dia.

Nicodemos tinha a convicção de que Jesus viera da parte de Deus, conforme declarou em João 3.2: "Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele". Chegamos também à sublime conclusão de que Nicodemos não fora por conta própria manter o diálogo com o Nazareno, quando declara "sabemos", significando ele e quem o enviou, que pode ter sido um grupo de zelosos judeus que aguardavam a remissão de Israel por intermédio do Messias. Ele era o porta-voz daqueles que desejavam dirimir as suas dúvidas.

Causa estranheza a resposta de Nicodemos no versículo quatro: "Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?" No entanto, quando analisamos a sua posição de fariseu e mestre em Israel, concluímos estar ele duvidando desta transformação, comparando Jeremias 13.23: "Pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? nesse caso, vós também podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal".

Jesus explicou-lhe, detalhadamente, o processo do novo nascimento, comparando-o ao fenômeno do vento: "assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai, assim é todo aquele que é nascido do Espírito".

Nicodemos deixou bem claro que se convertera ao Evangelho, mesmo pertencendo ao Sinédrio, quando interpelou em favor de Jesus, ao lhe chamarem de impostor: "Porventura condena a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz?", Jo 7.51.

Por ocasião da morte de Jesus, enquanto os seus discípulos fugiam do compromisso de sepultarem o corpo do Mestre com medo dos judeus, Nicodemos e José de Arimatéia, enfrentando o risco de perder a própria vida, tiraram o corpo de Cristo do madeiro, ungiram-no com ungüento caríssimo e o sepultaram.

Após este ato de solidariedade e amor para com o Mestre, dizer que Nicodemos não foi salvo é mesmo que afirmar não ter o ladrão da cruz alcançado a misericórdia de Deus, quando Jesus lhe disse: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso". E o malfeitor nada fez de bom que merecesse a salvação. Ele só contou com a benevolência de Jesus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário